"We are the middle children of history, with no purpose or place. we have no great war, no great depression. Our great war is a spiritual war, our great depression is our lives"
- Fight Club.
O interessante de se observar em situações como a que vivi ontem é, além das consequências, as causas para que não só eu estivesse naquela situação mas também as possíveis razões das outras pessoas.
Tento, realmente, acreditar que todos eles vêem um sentido naquele lugar, naquele estado de espírito e em toda aquela quebra de 'leis' e 'regras', não apenas como um sentido de se rebelar contra nada (apesar de que isso já demonstra uma filosofia perpassada hoje em dia), mas sim como algo que está presente na juventude de hoje, na nossa geração, no nosso desespero, já que 'nossa grande depressão é a nossa vida'. Se estar ali significar se rebelar contra a vida sem sentido que temos, então já são justificáveis tais atos (se bem que, seguindo mesma lógica, seria justificável tirar a própria vida, por não ver sentido algum).
Filhos de classe média/alta, escondidos atrás de um cigarro e/ou uma bebida, algumas crianças em espírito, adultos na idade e vice-versa (como a traduzir que hoje em dia a idade não significa absolutamente nada), utilizando de atos para se rebelar ou simplesmente demonstrando que, pra eles, seu pensamento é tão contrário contra tudo que ouvimos falar todos os dias que aquilo tudo se tornou normal, nada mais nada menos do que diversão, não sendo uma forma de se manifestar diretamente, apenas demonstrando que suas ideologias vão, verdadeiramente, contra tudo que propaga a velha ética e moral.
E então, me vejo com uma latinha e um cigarro em mãos, escutando aquelas músicas que têm um sentido que vai além de um ritmo agradável ou uma letra bonita, mas uma forma de protestar contra a falta de sentido, a falta de procura do próprio sentido pelo senso comum, pela velha massa. Deparo-me com as imagens daquela noite, com pessoas fumando ‘um’ publicamente (absolutamente normal?), com alguém barrando a menina de 16 anos de comprar cerveja (eu? prefiro interpretar que moralismo falso não existe apenas no colégio ou em casa), pessoas curtindo a noite, pessoas conversando sobre tudo aquilo que nos cerca - "let's get together and talk about the modern age" @ rilo killey - outras pensando na próxima forma de impressionar seus amigos, outras perguntando porque estão ali, outras fugindo de seus problemas, outras tentando encontrar o sentido em suas drogas, em seus amores (de um dia ou de anos, whatever, tentando encontrar em outro ser humano), em suas falsas ilusões criadas pra diminuir essa angustia que nos cerca todos os dias e tende a permanecer até que tudo isso acabe (ou não - e isso nos remete a outras questões intrinsecamente ligadas as primeiras.. para onde vamos?), em suas religiões, em tudo aquela 'ideologia' formada pra que nos convencemos de que tudo é assim e não podemos mudar (ou, para alguns, que podemos.. e isso também é uma forma de se encontrar).
Me vejo pensando, então, naquele momento exato. Não do inicio da noite, não da subida pra o outro bar, não na conversa com uma menina que fugiu de casa (procurando o que?), não dos conselhos... Mas daquele exato momento. Pessoas pulando, cantando, como se fosse o clímax de um filme, o ápice da noite. Milhões de universos que diariamente são julgados, em suas próprias visões, em suas depressões pessoais, nesse "misto quente" de angustias, explicações, problemas, felicidades/alegria, noções de liberdade, de amor (seja lá o que isso signifique pra cada um deles, no fim das contas).
E entendo. Entendo que nem todos ali pensam nisso, nem todos já pararam pra observar o êxtase do outro, ou até mesmo o outro em si... Nem todos ao menos buscaram o significado do que realmente seria a essência. E me pergunto.. Qual o significado daquilo tudo pra mim, daquele cigarro na mão, daquela latinha, daqueles pensamentos mal-elaborados, desse post, dessa falta de objetivo, dessa música (explosions in the sky), dessa depressão que vivemos e tentamos preencher com alguém, com positividade, com alegrias passageiras. Nem todos tem essa literatura. E seria ela, boa ou ruim no fim das contas? E, afinal, o que é bom e ruim?
Então esqueço, volto a encarar tudo de frente, porque se esconder atrás de algo não me agrada. E a literatura, ou a arte em si, a filosofia.. As mesmas que me fizeram chegar nesse estado, nesse ponto sem equilíbrio ou lógica... Me acalmam, simplesmente. Me fazem acreditar que não estou sozinha, que ainda que ninguém queira me acompanhar ou viver essa aventura comigo, posso contar com estas duas, com seus autores, com seus maravilhosos universos que de uma forma ou de outra tendem a me entender. Ou que não entendam, o fato é que vivo tentando me entender e quando não me encontro sozinha, volto pra estas duas que sempre me acham, always there. Obrigada, pai, obrigada, mãe, por, além de tudo, me apresentar essas duas que sempre irão estar comigo, apesar de me deixarem nesse estado lamentável de post de blog pra se expressar... Porque, no fim, elas sempre me ajudam. Fazem ver que, apesar de tudo, com este universo cheio de universos e pensamentos confusos tudo é extremamente incrível e viver essa 'aventura' não é apenas algo doloroso, mas prazeroso ao extremo, se vivenciadas com a 'ajuda' dessas duas.
É, concordo ao passo que discordo com a frase que ‘ser ignorante é ser mais feliz’, porque, sinceramente, depois que se conhece a luz ninguém quer voltar ao estado mediocre de se estar preso em uma caverna. Porque talvez esse seja o MEU sentido, no final. Conhecer, explorar, sentir todas as dores e prazeres que a vida pode proporcionar, refletir, questionar e além de tudo SE questionar... Talvez essas paradas aleatórias e estranhas no meio da noite que dêem sentido pra que tudo se torne belo, ou ao menos agradável. Para que tudo não passe apenas de uma forma de diversão, mas repleta de significados que se tornam essenciais, não apenas para que esse blog continue mas que haja alguma lógica ou graça na vida.
domingo, 18 de outubro de 2009
Let's get together and talk about the modern age.
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5 comentários:
Eu sou livre.
Engraçado que já a algumas semanas tenho pensado nisso. Falando da classe média.
A geração dos nossos avós foi a geração das crianças que nasceram num meio menos favorável com relação a condição de vida, batalharam, trabalharam duro e tem conseguido ter um fim de vida mais tranquilo. Eles tiveram um sentido para sua vida, a geração do trabalho árduo.
Nossos pais foram filhos destes, que trabalharam muito e conseguiram dar uma vida de boa qualidade, com boa educação para nossos pais. Porém, nossos pais enfrentaram inúmeros problemas sociais. Além das violentas disputas políticas, ainda conviveram com um ambiente familiar um tanto desequilibrado, em algum sentido, mas persistiram, confiaram na educação, e com muito estudo conseguiram passar em concursos, se tornar profissionais, mesmo com seqüelas. Foi a geração da ideologia, e da Educação. Tiveram uma vida com significado.
Vejo então, nossa geração. O que nos restou afinal? Nossos pais sempre nos proporcionaram tudo o que precisamos(o que precisamos, nem sempre o que queremos). Nossos vemos histórias sobre como é a vida, mas a verdade é que nunca enfrentamos o mundo real. Sofremos uma gigantesca coerção social pelo vestibular, e nem entendemos por que, apesar de todos tentarem nos mostrar.
Antigamente não se tinha nada, por isso eram estimulados os talentos individuais, mas hoje todas as profissões e todo o meio de vida são pré-definidos pela sociedade. Não temos motivo pra lutar, não temos vontade de existir. Somos a geração sem propósito.
Pude perceber também, que os que foram criados com certa base cultural e livres para pensar, percebem isso e têm ficado cada vez mais depressivos. Nunca houveram tantos suicídios na adolescência, pois os jovens não conseguem se sentir bem com o futuro. Os que não puderam pensar e não entenderam, se afundam nas drogas e nas outras burrices que a imundíce do mundo sempre usou. Talvez por que queiram ser ou se achem imundíce. De qualquer forma também tem sido uma reação inconsciente.
Nossos pais se esforçam todos os dias para nos dar uma vida sem surpresas, o mais planejada possível, mas não veêm como isso nos faz mal. Ninguém quer passar no vestibular. Só temos vistos nossos sonhos pelos olhos de nossos pais.
De qualquer forma, você sabe que tem uma saída pra esse matadouro para onde toda nossa geração tem seguido.
Deus existe, não sei por quê chamam ele assim, não tenho a mínima idéia de por quê se tornou algo tão banalizado, mas existe esse algo que me arrepia até a alma toda vez que me refiro a ele, que tem uma voz tão boa pros meus ouvidos(é Ana, é clichê mas se ouve mesmo, não sei como nem porquê), e que faz os meus inimigos correrem de mim, porque ele tá comigo. É muito clichê isso tudo, muito batido. Acontece que aí tá a graça.
Você não vai entender por palavras, porque o raciocínio do homem é loucura pra Ele.
Você não faz idéia do que é sentir o metafísico, tudo em você. É como se nada pudesse te parar, é como se você fosse além. Você fica forte, segura, não obrigatoriamente alegre, mas feliz. Você passa no meio dos maus sem ter medo, e eles te pedem misericórdia, e perguntam quem é o que vem com você. Os anjos (também não sei porquê chamam esses caras de "anjos") são como vultos, têm presença forte, te protegem, te cercam, são mais reais que eu mesmo, são a evidência de Deus. Tudo o que você tem que fazer é pedir para Ele aparecer e te mostrar tudo, e acreditar que ele vai te responder, porque depois depois não se vai mais precisar ter fé, você vai saber que Ele tá ali.
Eu detesto ficar te empurrando essas coisas, tu sabe disso, soa muito clichê, mas é que eu te amo de verdade, e eu quero que
você conheça isso, logo você que busca tanto a verdade. Ele me disse que eu devia tocar seu coração, que o resto ele faria.
Não quero que quando tudo terminar você vá pra um lugar diferente de mim, nem quero que você se perca na teimosa ignorância humana.
Jesus não veio pra te impor regras e mandamentos, limites. Ele veio pra te libertar. Toda essa gente é escrava do pecado, e quando eu falo assim quero dizer que eles tem, por obrigação que fazer coisas erradas e obedecer a carne, essa é a verdadeira prisão, e afunda cada vez mais, leva à cada vez mais morte. Por isso eu digo que Eu sou livre! Livre pra obedecer esse Senhor que me traz vida, não só mundana, pois essa vida acaba logo, mas eterna!
Por isso digo que estou acima de qualquer depressão moderna, eu vou viver para sempre, esse pedaço de vida não importa. Eu sinto isso, de verdade. Não é moral de rebanho, não é alienação nem delírio.
Lembra que você disse que queria um sinal? Tá aí, Ele que me mandou passar, agora faça sua parte, receba, aceite e guarde. Chame Ele pra perto de você e tenha paciência, por que Ele valoriza isso. Você vai ter a verdadeira sabedoria, e vai entender muita coisa.
A palavra de Deus não volta vazia. Eu tinha que te dizer isso agora, mesmo tomando tanto espaço.
Eu sou livre!
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."
A propósito...
http://orpheusjnt.blogspot.com/2009/07/joao-14.html
Orgulho.
;*
esse orpheus é aquele pombão q eu zuava no mirc?
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