segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

I love you sometimes always never.

Inconstância. Talvez seja isso que eu esteja passando, ou simplesmente uma característica minha apurada, no momento. Ao passo que aproximadamente uma hora atrás escrevo um post estilo crônica, irônico e divertido, o momento passa, deixando um vazio. E nesse vazio tenho residido. Não é o tom de férias e o ócio que acompanha, talvez tenha a ver com o fato do fim do ano se aproximar (e, realmente, a nostalgia tende a se tornar cada vez mais forte, até que o sentimento se rompe em lágrimas, ao passar do ano, entre tantos fogos de artifício), talvez o fato dos meus sweet sixteen estarem realmente acabando (infelizmente, felizmente acabando..), mas principalmente, o que me deixa nesse vácuo profundo em que todas as palavras se perdem e escrever aqui já não me alivia é essa falta de objetivo... ou de tantos, vários, que dificulta a mínima realização, por achar que os poucos que consigo não são o bastante, não me completam.
Angustiante saber que meus sweet sixteen estão prestes a acabar e tantas coisas não foram realizadas. Não apenas porque sempre gostei dos 16 anos, uma idade tão intermediaria e linda... Mas também por descobrir novamente que algumas partes do crescimento que desejava não é assim tão bonito quanto se pensava. É difícil perceber que meu ano tão 'badalado' e cheio de besteiras que tanto sonhei em fazer, todas as noites na cachaçaria, no parque do povo, no bronx, no tenebra, todas as bebedeiras incontáveis, na casa dos amigos ou whatever, tudo que foi feito... Foram colocadas sobre um pano de fundo onde há um vazio gigantesco que não sei definitivamente quando surgiu. Essa falta de algo acaba me tornando inerte ao que possa levar.
E na medida em que o tempo avança, que as coisas tomam destinos, mergulho nesse mar morto cada dia mais. Não tão somente pela idade, pelo 3o ano, pelos cursos e decisões prestes a serem tomadas, mas por olhar pra essa liberdade recém conquistada e me perguntar o que fazer dela. Que destino dá a meus princípios ainda não completamente formados, passivos de serem modificados, tantas filosofias e meios de ver observar o mundo e, ainda assim, não haver uma que meu atraia a ponto de adquirir uma posição. É como se nessa mudança de idade eu quisesse ficar ainda no estágio de escuta, de mera observadora nas discussões que me cercam... Continuar na velha relatividade, acreditando que tudo é passivo de mudança e não há necessidade de se assumir uma postura (ao menos não ainda). Só que, aos 17 anos, em um momento em que suas decisões viram protagonista da sua vida, mostrando que agora é com você que as rédeas estão, torna-se difícil continuar nesse meio de ver o mundo, nesse comodismo, just looking.
E é nesse ponto que a inconstância retorna. A relatividade vem daí. A mudança de humor, de pensamentos e ways of(f) see our life, se torna um embaralhado gigante e faz com que os sentimentos sejam os mais diversificados. Os milhares de pensamentos e assuntos que decorrem de um tópico apenas fazem com que sua cabeça gire, que posts como este fiquem uma bagunça de conteúdos e temas, mudanças estranhas de pensamentos e falta de coerência, talvez porque tudo anda assim, sem um rumo... Talvez porque a vida seja assim inconstante e isso seja o tom de emoção que há na mesma... Talvez porque, realmente, pôr em cheque o que se pensa faz-se necessário cada momento e mudar não seja um problema, mas até que ponto?
Principalmente por ser alguém de extremos, as coisas tendem a me irritar. Viver nesse talvez, nesse cansaço de nunca tomar uma decisão concreta, de passar a vida devaneando sobre o passado que deveria servir de parâmetro pra não cometer erros no futuro... Parece que o momento passou, that I missed the starting gun, que eu sou a Carolina que ficou na janela observando a banda passar.
A vontade de ter mais tempo pra pensar, pra decidir, de parar no momento e analisar minha vida. And, in the other hand, aquela velha vontade de tomar uma posição, começar a agir até que essas dúvidas passem.
Talvez com o tempo isso passe... Talvez não. Sei que agora, nesse momento, está escuro, está chovendo. E fica difícil decidir que palavras usar quando não há o que defender e há tanto no que pensar.


'It's growing cold
I'm growing old
Is this the only way to see the fire?
It's raining...'

@ Porcupine Tree.