sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Todos os dias. Desde o dia dez do segundo mês, ou do primeiro dia de uma nova vida, com uma intensidade extrema que até dá raiva. Em todos os momentos que me vem ao pensamento 'memórias boas'.. Mas principalmente quando me fazem lembrar das ruins. Já me arrependi, já me orgulhei, já achei que fosse natural, já achei que fosse tão fraca a ponto de não conseguir encarar nada, usando como escape. Já achei que fui forte, que aguentei até a última ponta, mas aí relembro dos casos tão falados, dos contos de fadas perfeitamente românticos em que a mocinha passa por todas as provações pra ficar com aquele que.. Ama? Aliás, será essa a palavra certa? Me ponho a perguntar, tenho certeza, duvido, tenho raiva, enlouqueço, choro, esqueço.. por QUASE um dia. O engraçado é justamente isso, nunca consegui esquecer por mais de um dia. Todos os dias pensei, ainda que numa intensidade menor, ainda que só lembrando do nome, ainda que isso signifique passar meses sem notícias e o mínimo gesto de alguém lembrar, um gosto aleatório ou uma música, tocada num momento inapropriado, já que tudo que queria, inicialmente, era evitar... mas vi que não consigo.
Interessante, se é dessa forma, se não há como esquecer e a lembrança vai me perseguir, sem me deixar ter PAZ por tanto tempo, então porque continuar numa escolha como essa? E ponho em cheque, não somente por não obter respostas que se firmem por elas mesmas, mas porque quero, de alguma forma, construir um argumento que sustente minha idéia de que voltar não seria errado, que, no final, somos todos humanos, passou-se tempo, tive minhas diversões, por que não voltar praquele que amo? Esquecendo que o ser humano só encherga o que quer enchergar... Como tantas vezes não caí nessa, numa tentativa de manter alguma coisa que eu julgava me fazer bem. Me fazer bem? Conceito relativo, vamos por pausa e pensar. De verdade. O que não te faz bem pode ser o que ME faz bem e às vezes acho que viver de amor (amor?) é algo completamente natural e que não se trata de uma obra romântica mas de uma naturalista forte, em que o ser humano tem que apegar-se as suas carências, necessidades e fraquezas tal qual o suposto 'amor', para esquecer do quão podre consegue ser, sem enchergar que esse mesmo amor é aquele que te tira o maior de todos os bens (ou não né).. a liberdade.
E chegamos a questão principal: o que é mais importante, liberdade ou amor? Porque, se fomos analisar, o ponto principal não é alguém que eu penso todos os dias ou dediquei um tempo da minha vida (ou, talvez, para mim esse seja o meu ponto principal.. infelizmente, definitivamente perdido).. mas o ponto DESSE POST é algo maior, é perguntar, realmente, o que te trás mais felicidade a tal liberdade ou o amar, ser independente ou depender, desejo ou ternura, durações curtas ou longas?
O fato é que vivo confusa, não consigo definir uma estrutura em questões tão complexas quanto essas e fico vagando entre os dois extremos de tais respostas que, no final, irão se explicar por si só.. seja no cansaço de querer adquirir algo (ou ao menos um dos dois), ou no comodismo, da desistência.
Eu só quero lembrar.. Que ainda penso. Ainda lembro. Mas não sei se ainda quero. E, afinal, que diferença teria? Se tem algo que aprendi é que nem tudo que a gente quer, podemos ter.. e que isso não se aplica só ao fato de que eu ainda não tenho minha aumejada liberdade.. mas também porque não posso, diversas vezes, ter o meu amor.

Um comentário:

The Giaour disse...

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;

não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade;

tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará.

Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.
Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor."

1º Coríntios 13